Audiência pública debate violência contra mulher

O Plenário da Câmara de Vereadores de Sapucaia do Sul sediu, nesta quinta-feira (06.06), a audiência pública sobre o enfrentamento à violência contra as mulheres. "Apesar dos sete anos da Lei Maria da Penha, ainda, convivemos com epsódios tristes como o caso Rosiméri Anorio", salientou o presidente do Legislativo Dr. Luís Rogério Link. Rosiméri, moradora de Sapucaia, morreu após ser mantida em cárcere privado pelo ex-companheiro.

Na abertura do debate, em memória à vítima, Dr. Link, pediu aos presentes para fazerem um minuto de silêncio. O presidente do Legislativo ressaltou que, no Rio Grande do Sul, em apenas oito dias, sete mulheres foram vítimas de violência. "Como médico já presenciei casos de atendimento de gestantes que são brutalmente agredidas. Lembro do caso de uma mulher que não aceitou ajuda, apesar do apoio da Coordenadoria da Mulher do município no ocorrido. Ela dependia financeiramente do companheiro". Conforme Dr. Link, existe um protocolo de atendimento nos hospitais para as vítimas.

Para Márcia Chitolina, titular da Coordenadoria da Mulher de Sapucaia do Sul, que participou da mesa de discussões, é necessário que a sociedade se sinta responsável pelo combate à violência contra a mulher. "Infelizmente, quando o agressor consegue invadir a casa da vítima, como aconteceu com Rosiméri, a medida de proteção torna-se ineficiente".

De acordo com a capitã da Brigada Militar, Deise Kologeski, uma das primeiras a chegar na ocorrência de Rosiméri, é difícil negociar com quem está com um objetivo definido. "Por isso, é importante a questão da rede. Precisamos tratar o marido. Hoje, 80% das ocorrências de Sapucaia são referentes à Lei Maria da Penha. Temos uma prioridade imensa nestas questões".

 

APOIO - Durante o evento, Ana Affonso apresentou os projetos de Lei 179, 180 e 181/2012 de sua autoria. "As audiências têm a finalidade de buscar o apoio das câmaras aos projetos por meio de moções para que a Assembleia dê prioridade aos mesmos. Eles são dispositivos que implementam a Lei Maria da Penha". De acordo com a parlamentar, hoje existem 16 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs). "No entanto, apenas, uma funciona em sistema de 24 horas", enfatizou.

Segundo ela, a integração dos sistemas de informação disponíveis nos vários órgãos públicos, o atendimento integrado e humanizado e políticas públicas de apoio às vítimas é uma das formas para combater e impedir maiores danos. "Boa parte das vítimas estavam em medida de proteção e, mesmo assim, suas mortes não foram evitadas. A violência com a mulher também é de esfera patrimonial e psicológica. E, precisamos lembrar que crianças e adolescentes, filhos destes casais, também convivem com isso".

Entre as autoridades presentes estiveram: a primeira-dama do município, Sônia Ballin; o secretário municipal de Direitos Humanos, Adilpio Zandonai; e os vereadores Everaldo Ramos de Moura, Luciano Rodrigues, Marco Antônio da Rosa, Nelson Brambila, Thiago Batista e Volmir Rodrigues.